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Minicursos

TERÇA-FEIRA (18/10)

1. HISTÓRIA E PORNOGRAFIA:  UM ACERVO PARA FONTES E PESQUISAS SOBRE DITADURA MILITAR

Anderson Francisco Ribeiro - UENP

Resumo: A presente proposta de minicurso se apresenta na necessidade de dar visibilidade as fontes historiográficas pouco estudadas e que apresentam inúmeras possibilidades de pesquisas, a fonte pornográfica. Na tese de doutorado: “Desnudando a ditadura militar” defendida na Unesp-Assis-SP em 2016 ficou evidente que existe um número muito grande de revistas e publicações erótico-pornográficas que merecem toda a atenção dos historiadores já que eram lidas por grande parte dos leitores do Brasil que faziam de tudo para consegui-las. Como elas são de difícil acesso, devido não ser encontradas em bibliotecas e acervos diversos, sua pesquisa é quase que impossibilitada sem um acervo coerente e por essa razão propomos um acervo físico e digital, que seria um dos primeiros do Brasil e que se encontra em processo de criação na UEL. Não devemos negar a importância dessa fonte pois ela nos possibilita a entender melhor a visão sobre a sexualidade (revistas para homens, mulheres e da comunidade LGBTQI+ inclusive publicadas pela Grafipar de Curtiba-PR), sobre a cultura (aquilo que não deveria aparecer na cultura majoritária) e sobre política (perseguição, censura).

2. INTRODUÇÃO A ETNO-HISTÓRIA E OCUPAÇÃO DA BACIA DO RIO DAS CINZAS

Aluizio Alfredo Carsten – PPGH/UFGD

Resumo: O presente minicurso pretende apresentar e discutir os diferentes conceitos de Etno-história, e como podem ser abordados na construção da História dos povos indígenas. A concentração do minicurso será ancorada nos pressupostos da etno-história de raiz norte-americana, ou seja, enquanto método interdisciplinar para análise integrada História Indígena. Por fim, será apresentado os principais aspectos da ocupação humana da bacia do rio das Cinzas.

 

3. INTERPRETAÇÕES DO BRASIL PÓS-INDEPENDÊNCIA: PROCESSOS IDENTIFICATÓRIOS FRENTE À PERSONALIDADE AUTORITÁRIA E ALGUMAS IMPLICAÇÕES PARA A POLÍTICA ATUAL

Bruno José Yashinishi/ UEPG - UENP; Danilo Ramim Moura/ UENP – UNIFIO

Resumo: O presente minicurso elucida algumas das principais interpretações sobre o Brasil no período pós-Independência através de uma abordagem interdisciplinar entre História, Sociologia e a Psicologia. O objetivo será problematizar a noção de identidade nacional como uma construção histórica fortemente marcada pela personalidade autoritária, que se manifesta de diversas formas nos processos identificatórios. Para tanto, do ponto de vista da Sociologia, serão retomados estudos clássicos, como os de Gilberto Freyre (1954), que ressaltaram o papel do patriarcalismo na organização da sociedade brasileira desde o período colonial e de Sérgio Buarque de Holanda (1995), que se valeu do tipo ideal do “homem cordial” para designar o predomínio acentuado das relações pessoais e familiares em diversos aspectos da vida social. Como contraponto a essas duas interpretações, os apontamentos de Florestan Fernandes (2020) e de Jessé Souza (2017) contribuem para o entendimento de que as estruturas dominantes de poder no Brasil sempre se muniram de práticas e ideias autoritárias, excludentes e que privilegiam o distanciamento entre as classes sociais, fazendo uso inclusive do processo de construção de uma identidade nacional submissa a seus interesses e manutenção do status quo. Na perspectiva da Psicologia, a personalidade autoritária será abordada sob o viés crítico da Escola de Frankfurt, especificamente na obra de Adorno (2019), que versa sobre a questão do antissemitismo e da propaganda fascista utilizada para a construção de identidades. No caso do Brasil, a escravidão, o sentir-se superior como raça, classe, ou o quaisquer motivos que sejam, abrem caminhos para o discurso(ação) do ódio, do preconceito, ou seja, para o sujeito antidemocrático. Portanto, esse minicurso pretende discutir as várias faces da personalidade autoritária na formação da identidade nacional, bem como refletir sobre como nos desvincular dessa ideologia e pensar (agir) de uma maneira mais progressista e democrática.

 

QUARTA-FEIRA (19/10)

4. OS USOS POLÍTICOS DAS CONSPIRAÇÕES, FAKE NEWS E NEGACIONISMOS

 Marcos Meinerz - UNESPAR;  Lucas Alves da Silva – UNESPAR

Nos últimos anos a arena de debate público e histórico do Brasil e do mundo está cada vez mais repleta de teorias conspiratórias e de discursos negacionistas. Ao espalharem desinformações, as conspirações e negações servem para acobertar interesses econômicos, políticos ou ideológicos de algum grupo radical, geralmente da extrema-direita, correspondendo a elementos importantes na configuração de sua ideologia. Seus discursos são extremistas, panfletários e sem rigor científico. O que fazer com eles e outras formas de história que não são científicas? Longe de descartá-las, o historiador deve analisar como essas diferentes narrativas manifestadas pelos meios de comunicação de massa, por instituições culturais e por políticos afetam o cotidiano e a realidade dos indivíduos. Compreendemos que os negacionismos podem ser analisados como parte dos conspiracionismos. Por exemplo, ao afirmarem que o assassinato em escala industrial e sistemático de milhões de Judeus durante a Segunda Guerra Mundial foi uma mentira criada pelos vencedores do conflito em união com os judeus fundadores do Estado de Israel, com o objetivo de enriquecimento dos mesmos por meio de indenizações, temos a formação de uma visão conspiratória da realidade que nega as evidências concretas da existência do Holocausto, como os depoimentos dos sobreviventes. Os conspiracionista pensam que o passado e o presente da humanidade são controlados por grupos secretos poderosos ou por forças demoníacas e por isso tentam desmentir a versão oficial de um acontecimento, desmascarando supostas intenções maléficas e ocultas de certos grupos ou indivíduos. Este minicurso, portanto, analisa a relação dos negacionismos com as teorias conspiratórias, quais as principais características das conspirações, como elas se apresentam ao público, de que maneira as pessoas se deixam seduzir por elas, como podemos combater esse pensamento corrosivo presente na sociedade e o mais importante: quais são seus usos políticos.

 

5. BACHILLERATO POPULAR MOCHA CELIS: O ENSINO DE HISTÓRIA EM UMA ESCOLA PARA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS

Luana Pagano Peres Molina - UEL

Resumo: O Bachillerato Popular Trans Mocha Celis foi fundado em 2011, com início das aulas em 2012, na cidade de Buenos Aires/Argentina. Com apoio dos movimentos sociais relacionados à população LGBTTTIA+, juntamente com os avanços legislativos do país, como, por exemplo, a Lei de Identidade de Gênero, o Mocha Celis tornou-se um espaço educacional que proporciona às travestis e as/os transexuais a inclusão social por meio do retorno aos estudos secundários, equivalente ao ensino médio no Brasil, como forma de enfrentamento às vulnerabilidades que impactam na realidade educacional e social desses coletivos. Objetiva-se nessa proposta de minicurso, além de apresentar a escola em si, sua proposta pedagógica e seus projetos pedagógicos, foca-se também na compreensão e características da educação popular nesse país, incluindo conceitos como autogestão e autonomia, e por fim, debater e refletir sobre o ensino de história nesse espaço educacional. As experiências dos Bachilleratos pelo país são diversas, porém, em todos os casos se observa um denominador comum: o que ocorre é uma luta pela reivindicação da educação como um direito social.

 

6, ENSINO DE HISTÓRIA, ARTE E GÊNERO: REPENSANDO NARRATIVAS HISTÓRICAS HEGEMONICAMENTE MASCULINAS

Giovanna Trevelin; Samanta Botini dos Santos

Resumo: A presente proposta considera, como ponto de partida, um paradigma histórico formado a partir da invisibilização e/ou apagamento de mulheres enquanto personagens ativas nas narrativas históricas, o que permite afirmar que a sociedade (e suas relações) se embasa em um conhecimento histórico construído majoritariamente por homens. A ausência de participações e engajamentos de mulheres, estabelecidos por parâmetros como a divisão sexual do trabalho, promoveu um silenciamento de perspectivas femininas nos discuros oficiais da história, ao passo que implicou na adoção de uma perspectiva única, refletida como universal: a masculina.  Este minicurso intenta realizar um debate acerca das teorias de gênero e leva-las ao espectro do Ensino de História, apresentando possibilidades de utilizar a epistemologia feminista juntamente com a Teoria da História voltadas ao campo da Educação Histórica. Com isso, consideramos, como fio condutor deste trabalho, uma fonte histórica imagética produzida por Georgina de Albuquerque em 1922, período também marcado pela atuação política feminina no Brasil. Sua obra, intitulada Sessão do Conselho de Estado, se configura como uma pintura histórica e conserva, como característica principal, a construção de um grande acontecimento histórico, que geralmente é referenciado em um homem - d. Pedro: a Independência do Brasil (1822). Ao abordar o quadro de Georgina como fonte de análise para compreender o processo de independência, não estamos só considerando a perspectiva de uma mulher como agente da história, mas também ampliando referenciais através da obra de arte, uma vez que a protagonista deste acontecimento passa a ser, agora, Leopoldina.  A expansão de horizontes permitida pela consolidação dos Estudos de Gênero no âmbito acadêmico e político implicou na construção de categorias analíticas que serão empregadas neste minicurso como, por exemplo, a epistemologia feminista, a interseccionalidade e as cadeias globais de cuidado. A contemplação de uma epistemologia feminista corrobora com uma visão de sociedade em que mulheres criam novas formas de produção de conhecimento, contribuindo assim com outros significados e interpretações de fazer e agir no mundo.

Colegiado de História/ UENP

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